quarta-feira, 29 de junho de 2011

Felixcidade I ("série Felixcidades")

I. Asfixia da felicidade pela atualização da alma em novas versões
Hoje o conturbado bombardeio de anseios, é um mundo com uma mutabilidade de realidades cada vez mais acelerada; que nos obriga ou sugere um constante estudo de cenários, sejam tecnológicos, sociais, econômicos, culturais. Nesta velocidade famigerada de mudanças, pela qual somos acometidos; o tempo frustra a si mesmo pela insuficiência em atender a nossa latência filosófica. Vivemos a conciliar a instabilidade conceitual da infra-estrutura metafísica com as construções das realidades físicas, cada vez mais discrepantes em relação ao momento imediatamente anterior a cada ponto da escala evolutiva.
Pisamos em falso tentamos nos equilibrar no solo de nossas convicções movediças, desesperadamente criamos uma teia de implicâncias que eventualmente possam nos nortear na caminhada da sobrevivência, buscamos ajuda uns com os outros ou nos livros e gurus na religião; porém como precisamos de referências e estas se esvaem pela concatenação necessária com as famigeradas mudanças, os sulcos da escalada de sobrevivência tendem a fenecer. E a assimilação destas dissidências provoca cada vez mais a redução de nossos momentos de calmaria e paz de espírito.

II. O senso materialista de prioridade avacalha a abstração da felicidade

A felicidade sobrevive numa ambiência rarefeita e é constantemente asfixiada pelas prioridades, pela proposta de ser contemporâneo, pela proposta de não ser “alienígena”, ser mais humanizado e aceito no meio; não obstante esta proposta acabe por ferir a nossa capacidade de “ser humano”.

A instabilidade permeia nossa realidade construindo um presépio de ilusões. Temos a opção ativa de estabelecer controle sobre as coisas que nos são imediatas. Esta soberania do controle pode ser assentada através da instituição de padrões dos fatos, das coisas, através da cientifização de nossas ações provocada pela observação, pelo experimento e o registro dos fenômenos que compõem nossas realidades individuais e coletivas.

III.A felicidade pelo controle

Segundo Eduardo Giannetti, no livro “Felicidade” o período iluminista foi o momento em que se aflorou o otimismo pela obtenção duma ambiência feliz, através da abolição da ignorância. Pretendeu-se através da disseminação do conhecimento no século XVIII, no “o século das luzes” (Encyclopédie) (...) que se fez através de nomes como Diderot, Rousseau, D’Alembert e outros que se reuniram na casa de campo em d’Holbach (...) a obtenção da humanização, por conseguinte a afirmação de certezas pela previsibilidade adquirida pelo conhecimento. Inicia-se a propagação de conhecimento que outrora fora propriedade exclusiva dos ditos iluminados. Percebe-se que a existência do mistério perpassa pela conceituação implícita de falta do controle e aos que detêm o conhecimento, a possessão das rédeas do destino dos ignorantes.

O iluminismo caracterizou-se pela escalada evolutiva desta libertação coletiva, pelo incremento de forças inquiridoras do conhecimento que se pactuaram numa relação simbiótica, com a pretensão de legar à posteridade a continuidade desta libertação, das amarras da prisão asfixiante do incógnito.

A equação fundamental do iluminismo europeu pressupunha a existência de uma espécie de harmonia preestabelecida entre o progresso da civilização e o aumento da felicidade. A resultante do processo, ou seja, a construção gradativa de um mundo como nunca se vira na história desde a expulsão do primeiro casal do paraíso era o efeito da combinação de vetores de mudança que não só corriam juntos, mas que se alimentavam e se reforçavam mutuamente. Eram eles: •o avanço do saber científico; •o domínio crescente da natureza pela tecnologia; •o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material; •a emancipação das mentes após séculos de opressão religiosa, superstição e servilismo; •a transformação das instituições políticas em bases racionais, e •o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da ação conjunta da educação e das leis.[1]

O controle é ambicionado ora na intenção da supremacia sobre o outro ou sobre a situação. A tranqüilidade da certeza de resultados, desde que cumprido os respectivos protocolos, dá aos homens a sensação de estabilidade, logo calmaria. A forma de poder controlar, como exemplo a fonte de alimentação plantando nas nossas aldeias, próximo ao nosso habitat pela garantia de condicionar as estações de produção dos alimentos, começou pela descoberta da semente. A sobrevivência sujeita à caça e a pesca, deu lugar a uma forma inteligente de gerir os estoques, a logística desligando um pouco a solicitação de estar à mercê da existência de frutos, da caça existente aleatória à vontade do homem, etc.

IV.
A abstração da felicidade afirmada pela libertação do conhecimento

Gostaria de abrir um parêntese reflexivo sobre a tese da libertação através do conhecimento. Nos textos bíblicos ocorre a afirmação feliz de que “a verdade vos libertará”, - Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Jo 8:31,32” - conquanto a referência se paute numa libertação das mazelas espirituais com uma alusão explícita; contextualiza-se de forma implícita e substancial à condição da humanização, sob a conotação da ação de dessacralização da religiosidade doentia que a tudo atribui como mistério, com o estratagema de intenção da manutenção do domínio.

A ignorância é o combustível para a existência do controle dos homens simples de forma covarde pelos dominadores, sem dar oportunidade aos dominados suprimindo propositalmente a equiparação das condições pelas vias do conhecimento.

Contudo ocorre um paradoxo visceral representado pela supressão circunstancial do conhecimento no tocante à sublimidade do oculto divino, referendando a condição de ciência restrita a Deus.

Primeiro vamos ponderar sobre as conseqüências disto no homem.

O primeiro ponto é que a proposta de Deus para que o homem e sua mulher não comessem da árvore que estava “no meio do jardim” tinha a intenção de evitar a divinização do homem. O fato da árvore “estar no meio do jardim” evoca a compreensão da interposição mediana de obstáculos pela opção das alternativas de poder obedecer ou não a Deus; apesar da recomendação de não tocar no fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

A Bíblia enfatiza o propósito de Deus de que houvesse uma relação de amizade com o homem, mas que este como uma criatura adotada como filho e amigo, mas que se abstivesse das pretensões de se enveredar na senda agonizante do calor do saber cósmico; ou seja, tentar ser deus sem ter a estrutura dimensional para sê-lo e preferir a “sábia decisão” de ser um ignorante cósmico. Outrossim, mostra a ocorrência da impossibilidade de que o homem sendo criatura pudesse transcender ao Criador. Nisto não ocorre a covarde pretensão de Deus pelo domínio asfixiante, pois a incoerência se dá pela impossibilidade humana de volição para tal.

O segundo ponto trata-se de que a disposição ideal, essencial para que o homem seja feliz é que este seja necessariamente humano. O desvio desta humanidade subserviente à supremacia divina é um lapso do que ocorreu com lúcifer, que numa auto-avaliação julgou-se ter apropriado duma suposta similaridade de poder em relação a Deus e isto minou a sua fidelidade. Com este evento podemos ter uma definição elementar de pecado como sendo a fuga da condição de humanidade, na pretensa tentativa de ser divino. Com base nisto, os movimentos religiosos que insinuem esta divinização, seja por coreografias, êxtases e alegação egoísta pelos líderes religiosos de serem detentores de status de íntimos de Deus, pode ser um indício de que esteja ocorrendo uma perda da humanidade santificadora. Deus quer conveniar seus propósitos com o homem e não com um semi-deus, já que basta a soberania que lhe própria e intransferível; não pela ditadura da imposição de singularidade, mas pela real-idade da razão de ser a realidade coerente. Pelo simples fato de não assimilarmos a complexidade da relação tempo-espaço e a eternidade ser para nós algo impossível de tatear com nosso intelecto, nos delega a confortável paz pela ignorância do divino. Divino no sentido dos meandros dos mistérios ocultos a nós, pobres mortais; nunca ignorar DEUS.

A divinização do mistério tenta inibir, mascarar, confundir à interpretação do conhecimento palpável pela capacidade de cerco, do domínio pela descoberta delegada por Deus ao homem; e essa tem sido utilizada em muitos casos como o abafamento dos suspiros de inteligência humana, principalmente pelos religiosos. Há, porém a indispensável e recomendável ignorância humana da dimensão exclusiva de Deus que endossa uma sublimação do humano, pois o coloca no plano da genuína vocação de ser sadiamente humano.

“Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais”. “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente”. Gênesis 5-7 e 22

Linha tênue entre o bem e o mal - trecho escrito em 16/12/2009

O caos como elemento de mudanças

As repercussões desta análise se apresentam indigestas do ponto de vista da maioria das opiniões vigentes. Traz a reboque uma insinuação de heresia, do polêmico, pois se destaca com assuntos, temas, novos conceitos que são dissonantes aos vigentes. Ora esta vigência não necessariamente estabelece a coerência, o prognóstico do correto, ideal, etc. Logo iremos discorrer a justificativa da liberdade de pensamento, para os movimentos conceituais e a autenticação da verdade.

Percebemos que as evoluções são precedidas pela inquietude, pelo burburinho, do caos pelo anárquico, pois descompõem a estabilidade instaurando uma revisão de conceitos.

Senão podemos identificar uma “Geografia da Civilização e Progresso” que corroboraram à formação de culturas, do surgimento de impérios atribuindo esta propriedade tomando como base aos mares e rios; mesmo que possamos ter uma gama bem maior de outros similares com ilustrações a contento. Esta geografia relaciona o desenvolvimento possível, a aglutinação voluntária dos povos para estar às margens de oceanos, rios, lagos, cachoeiras para garantirem a sobrevivência. Logo podemos aludir a estes corpos d’água a conotação do “movediço”, instável, sujeito a mudança repentina de humores, mas que produz os ventos, faz o balanço térmico do clima regional, tem viventes dentro de si além de proporcionar a vida à vegetação e viventes da terra firme e tem uma latência movida pela gravitação “do que está acima dele”; ou seja da lua e astros que estão fora da esfera da terra. Esta alegoria tem imanência com os conceitos teológicos atribuídos a interpretação da vida cristã. Um cristão que não se intimida em ter um relacionamento “aberto” com Deus, buscando orientação “de cima”, questionando-o, fazendo provas, tentando descobrir mais sobre Ele. Este cristão sabe que não se esquivará da resistência da “terra firme” (da oposição), mas tem certeza que mudará o relevo, os limites, alterará o clima, produzirá chuvas que poderão aumentar a porosidade do solo para “absorver” água e aumentar a fertilidade do seu chão para crescimento de novas convicções e certezas.

O mar e os rios têm características contrastantes com a terra firme, com o piso imóvel onde a civilização monta suas casas; no entanto é procurado por produzir vida pela sua dinâmica constante e imprevisível, que constroem milhares de formatos num lapso de tempo na contagem na ordem de milionésimos de segundo.

Tamanha é esta instabilidade que confunde nosso senso de organização, mas extasia-nos pois é belo e nos atrai. Faz alusão ao mistério.

No entanto esta relação simbiótica entre os paradoxos de terra e água não se expandem nas instâncias da composição essencial; nas simetrias atômicas, nas inferências de interação necessária como conseqüente da existência de “um” somente possível pela existência do “outro”. Afirmo que esta relação simbiótica, apesar de constituir um encadeamento profícuo, não dá margem à dedução da existência necessária dos paradoxos, o equilíbrio entre o bem e o mal com a presunção da anulação do pecado; pois “estes não se expandem nas instâncias da composição essencial dos paradoxos”. O bem sobreporá sempre ao mal.

contraponto da pseudo-verdade sob custódia da ignorancia induzida e a verdade imutável sugestionada diariamente por deus

Esta pseudo-verdade é a suposta afirmação de “verdade estável”, porém nada mais é do que uma ignorância autenticada pela conspiração cartorial, composta por líderes mundiais, eclesiásticos e de demais instancias na pretensão de manter interesses escusos que lhes proporcionam vantagens do domínio sobre a massa ignorante. É a Civilização vigente é equivocada, pois se historifica somente na cronologia do imediato, não transcende à contemporaneidade e logo sempre é substituída por outra mais coerente com os interesses predominantes da massa dominadora. Esta realidade indica a substancial necessidade da busca constante de todos os seres humanos pela Verdade; relevando que o endereço de verdade é único, insubstituível, inexorável que é o próprio Deus: Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jô 14:6.

A Civilização da verdade vigente sucumbe às razões calcadas no Plano de Deus; pois esta tem conotação sumária de perpetuações de ecos fenomenológicos, sejam religiosos, sócio-políticos, econômicos, com efeitos “delay’s” num tatear sem rumo eivado de incongruências conceituais e ideológicas, enquanto o Plano de Deus se desdobra sobre o todo, sobre o cosmo, sobre todas as coisas e tem amplitude inconcebível pelo homem.

As nossas verdades se pautam na necessidade de contingências para aplacar o imprevisível; é a disposição de guardar o maná para o dia seguinte, na desconfiança de que Deus não mande mais maná; é não dispor dos fardos pecaminosos da santificação deisificando-se, tornando-se um semi-deus ao invés de ser genuinamente humano pela santificação em Cristo, mesmo que solicitado por Jesus.(...) Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve. Mt 11:30

[1] Giannetti, Eduardo, 1957

Felicidade : diálogos sobre o bem-estar na civilização / Eduardo Giannetti.

— São Paulo : Companhia das Letras, 2002. págs. 22 e 23

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Ética e a Moral

Refletindo de forma simplificada sobre a teoria de Piaget e de Kohlberg; podemos observar a ocorrência de uma transição humana com um nível de civilidade que coaduna com a harmonia social, e ainda, esta que estriba nas fases iniciais com voga manifesta de elementos biológicos, parassimpáticos, associados em nexos de casualidade entre coação e recompensa; movidos através da volição inteligente para atingimento do estágio da transcendentalidade humana.

Este cenário apoteótico, sensivelmente regado ao abstrativismo , muito embora com um nível substancial de subjetividade humana; respondem à recomposição da humanidade autêntica, à uma socialização racional, desconstruindo a necessidade da imposição de leis e da coação; já que a limitação dos desejos egoísticos se impõem catapultados pela concessão individual pró- socialização harmônica.

Os componentes biológicos, inconscientes, cedem lugar à volição centrada e racional; simbiótica, atingindo um nível de complexidade; cumprindo de forma intrínseca a manutenção das singularidades “DNA’nímicas”; mas com interação satisfatória e contextual com a diversidade sofrível, atendo-se à manutenção da harmonia social.

Os elementos sócio-econômicos, os preceitos dogmáticos da religião, a idelologia partidária, as diferenças de contexto no que tange às afeições antropológicas e jurídico-políticas; se integram e entrelaçam na formação das individualidades, sob o prisma contextual; e se movem sincronizadas com a coletividade.

Porém cumprindo os mesmos protocolos nos estágios propostos por Piaget e Kohlberg, os resultados serão distintos, pois um mesmo indivíduo sujeitos à mesma ambiência de desenvoltura sócio-civilizatória; têm o componente enfático da sua subjetividade singular; e ainda é imiscível à ambiência do externo, logo produzirá uma preceituação moral e ética diferenciada.

Neste caldo de heterogeneidades surge então a dialética de razões e contra-razões, que além de se sujeitar à complementaridade da harmonia social, sobreviverá com novas proposições para a reconstrução do novo Solo Moral e Ético plausível nos novos movimentos cíclicos posteriores.

Zóio um anímico ser pró-evolução!!!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pesquisa completa e inédita sobre os crentes e o sexo...vc vai assustar: cai a máscara da pseudo-santidade!!!


Crente e o Sexo...pasmem quantos já transaram antes do casamento...

Nunca vi nenhuma pesquisa tão completa com dados surpreendentes, realizada com caráter metodológico e científico. Uma contribuição essencial para a leitura da "kra" real dos crentes. A máscara da pseudo-santidade é refletida na pesquisa e enfatiza a humanização dos crentes; não obstante a procura obcecada destes em estar sempre em estado de êxtase.

Isto corresponde à pretensão de autodivinização, uma epidemia da Síndrome de Lúcifer (livro do Rev. Caio Fábio), que se busca ser igual a Deus. Deus nos quer humanos; tanto que Jesus É O "Verbo que se fez carne e habitou entre os homens". Deus quer relacionar-se com o homem e não com semideuses pois ele já é suficientemente DEUS.

Veja neste link da revista Genizah(muito boa):

http://www.genizahvirtual.com/2011/05/o-crente-e-o-sexo-pesquisa-parte-1.html

Tô de Zóio no s... afinal somos animais uê!!!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aprovada MP que concede incentivos fiscais a vários setores da economia

Aprovada MP que concede incentivos fiscais a vários setores da economia

Olha a vergonha...Por um lado tentam renovar o tributo: Reserva Global de Reversão que é um amparo às Concessionárias de energia elétrica para bancar suas expansões e ONERAR ainda mais o Consumidor - trabalhador; por outro dá mais incentivos fiscais à várias empresas dos mais diversos setores da economia. É o povo financiamento do enriquecimento mais acelerado de uma minoria ...é vergonhoso isto. Divulguem!!!

Tô de Zóio nas irregularidades e arrogancias da administração contra o povo!!!

MP 517/10: prorrogação de tributo sobre energia elétrica é criticada

MP 517/10: prorrogação de tributo sobre energia elétrica é criticada

Educando a partir do vínculo da socialização e ganho civilizatório!!!

Este artigo visa através do filme “Um Filme Falado” realizar a releitura da essencia da comunicação, com utilização dos vários modais de linguagem; a relação axiomática do mito, lenda, tradição e o que o cotidiano representa para a construção desses primeiros; sendo o cotidiano fruto dos reflexos míticos, lendários, tradicionais e que têm relações intercambiáveis com a civilização pelos mecanismos da prática educacional; seja no ambito familiar, religioso, escolar e ou pelo regramento do Estado. Dentro deste contexto, a educação contribui para a aprendizagem, para a capacitação de análise das nossas vivências nos dias atuais e para formação indivíduos pensantes.

A NECESSIDADE CONGÊNITA DA SOCIALIZAÇÃO
A intensidade da socialização humana é volátil; insurge de forma enfática em respostas à alquimia de variáveis consequentes, portanto também resultantes da equação das necessidades humanas elementares de interação e integração humana, e esta volitilidade pode ser estabilizada através do conhecimento da sociabilidade e pela educação. Ocorreu e ainda ocorre; com firme persistencia histórica na contemporaneidade; alinhavares nos diversos retalhos do tecido social, como barganhas de interesses, elos cognitivos de reafirmações de individualidades consubstanciadas na conquista do posto de controle; embora estas restritas individualidades tenham como premissa básica, estar entre os humanos “sub-ordinados”. A linha do tempo demarca dispensações episódicas da história; pelas quais e somente, foram construídas pela re-união de forças humanas por objetivos comuns; resguardando a mitigação das diversas solicitações, desejos, vaidades, anseios, sonhos e metas pela comungação de potencialidades; no afã do prêmio da socialização das divergencias e poderes. Podemos nisto perceber as bases da história, da política, do surgimento das divisões de classes.
Neste contexto, o substrato que carreia a fertilidade para o desenvolvimento social se enumeram, sem levar a termo a importancia da observância de peculiaridades “strito sensu”, da seguinte maneira:
• O tempo, a linguagem, espaço, interatividade, movimento de discursos (perguntas e respostas).
• A tradição, família, mitos, dialética, política e dominio e utopias.
Os desenhos dialéticos se equilibram nesta teia movediça de convicções, e estas devem se estribar num vínculo de racionalidade, o que nesta condição estará como sugestão indubitável à educação dos povos.

A LINGUAGEM COMO PROPULSORA DA ESCALADA CIVILIZATÓRIA

No filme “UM FILME FALADO”, na conversa entre mãe e filha, ocorre um discurso pautado entre perguntas e respostas, um momento dialógico (duas lógicas), em que estas pretendem ajuizar um conhecimento sobre aspectos histórico- sociológicos. De um lado a mãe reafirmando certezas históricas adquiridas por informações convencionadas, ainda esta mesma mãe relativizando algumas informações atribuindo incertezas aos mitos; e por outro a filha acolhendo o mérito das informações, filtrando seja pela confiança da figura materna em luta com as suas indagações, colhendo as informações para a formação de um conceito individual.
Percebe-se aí, o processo civilizatório galgado na concepção ponderada de certezas e incertezas; e destas surge a necessidade do questionamento, da verificação experimental da realidade de forma que se estabeleçam novos paradigmas, novas certezas, novas tecnologias, o desbancar de ideologias e mitos retrógrados, etc. Neste ínterim é fato a atmosfera suscetível e pretendida da socialização.
Ainda no filme podemos notar, o tempo como o piso de demarcação de território dos estágios da história, a sabedoria inconsciente que orientava e orienta nossa visão de mundo; o relato dos exercício dos egoísmos dos líderes que estabelecera o regramento a ser perseguido como marco das lutas e guerras na história; o exercício do raciocínio a partir do diálogo. Basta saber que o o que é a-logico é a desnecessidade do uso do raciocínio, ou aquilo que não evoca detalhes lógicos para serem interpretados pois são óbvios. Diálogo é um jogo de raciocínio fronteiriço por condição de exequibilidade.
Nas conversas que surgem da mãe com a filha, com o Sr idoso, com o sacerdote, na oitiva do guia turístico em Marselha; nota-se que as mudanças de idiomas preconcebem que o emprego de fonemas, signos inscritos; enfim um novo idioma; demonstra a universalização da linguagem como elemento civilizatório; pois resgata o repasse das experiencias históricas às demais gerações estabelecendo um ponto de partida cada vez mais sofisticado educacionalmente para nossos descendentes, tendendo a que estes estabeleçam pontos civilizatórios mais evoluídos para as demais gerações; com substancial distanciamento do tempo histórico de seus ascendentes.
O “mix” entre signos, a interação dos signos na significação dos objetos, a aplicação operacional destes signos e fonemas no contexto situacional; resguarda o modelo pragmático da comunicação, do desenvolvimento educacional, promovendo por consequencia a harmonização social, portanto uma sociedade mais sã ou menos patológica, mais civilizada.

OS MOVIMENTOS MÍTICOS E COTIDIANOS NA EXTENSÃO E AÇÃO NA EVOLUÇÃO HISTÓRICA NA SOCIALIZAÇÃO DO HOMEM
O mito ao contrário do que se poderia pensar, é uma afronta à comodidade humana pelo não questionamento. Presume-se na essencia do mito, um alento à dinamica inquiridora, um combustível ao congraçamento dos supostos ícones dos feitos históricos ou divinos; numa tentativa de explicar os feitos ou fatos a partir do heroísmo, do poderio da divindade, etc.
No filme é mencionado a lenda; o que nada mais é do que a poetização dos ideais retroalimentando a disposição natural dos humanos pelos sonhos e pela abstração criativa.
O ambiente escolar e seus atores compõem a realidade de mundo civilizado em “maquete”; sendo assim um laboratório onde se constrói a réplica das particularidades reais e contextual da sociedade.
O mito e a lenda passam a existir pelo vínculo da temporalidade; do mesmo modo a tradição, além do fator benéfico que estes dispõem; infelizmente podem contaminar e adoecer as relações sociais; às vezes provocando o extremismo pelo fanatismo; com o fechamento circunstancial das portas à absorção do “novo”, do aprendizado contínuo e despreconceituoso.
Para conter esta mazela a educação constitui premissa básica das ações.
No momento de encontro entre mãe e filha com o sacerdote ortodoxo, o gestual religioso no ato de benzer; despertou a atenção da menina. O que isto nos explica?
Que os elementos gestuais, a linguagem nas várias modalidades; tem o condão de transmitir informações que podem categorizar uma individualidade; vence a distância etária e transfere indícios de cultura e crenças e sonhos.

OS SENTIDOS COMO FERRAMENTAS E O DOCENTE COMO ORIENTADOR OPERACIONAL DOS SENTIDOS PRÓ-EDUCAÇÃO

O ouvir, o tatear, o falar, o paladar, a visão são explorados atualmente de forma extrema; com isto a disciplina na triagem do que é bom e útil à coletividade e às individualidades, demandam a razão com doses de subjetividades suficientes para a construção de uma realidade contemporânea; que não fuja contextualmente. A extemporaneidade sazonal se dá principalmente pela necessidade de ajuste social às novas disciplinas emergentes ou pelo distúrbio na condução da socialização e em grande parte pela omissão do exercício educacional pelo Estado.
Basta dizer que a educação é o mecanismo utilizado para orquestrar estas vivencias.
Os recursos dos sentidos, o “idear orientado” de crença, a politização das condutas através dos conhecimentos dos mitos e tradições efêmeras, estabelecem o caminho ideal para a inquirição do conhecimento, da sabedoria formando o pano de fundo satisfatório para fomentar a constante evolução da raça humana pela simples liberdade do exercício do verbo “educar”.

CONCLUSÃO

A pedagogia civilizatória deve ser cumprida através de protocolos abertos; na cumplicidade entre professores e alunos na árdua tarefa da descoberta. Destas o sentimento e percepção das peculiaridades, o senso de responsabilidade e cooperação; constituem o leque profícuo de nexos e casualidades que demonstrarão o melhor caminho na construção da história civilizada.
O filme resgata também a encenação pedagógica como dica de como as relações familiares e sociais deveriam se comportar; meios pelos quais a cooperação e contribuição solidária e solícita, poderiam acelerar a equalização das diferenças. Universalizaria assim as bases de informações e conseqüentemente melhoraria as relações sociais e enlevaria os padrões evolutivos civilizatórios da raça humana; promovendo mais bem estar na ocupação humana de um mesmo espaço (planeta), por tantas diferenças genéricas e diversidades de anseios e opiniões.

Zóio -pensando a educação como meio de sobrevivência